Atividade reúne direções sindicais, oposições e ativistas bancários para organizar campanha em torno de direitos, salários e emprego
Os sindicatos de bancários do Maranhão, Rio Grande do Norte e Bauru organizaram um Encontro Nacional de Bancários, nos dias 27 e 28 de julho na Contag em Brasília (DF), que contou com a presença de minorias de diretorias, oposições e ativistas de base de diversos Estados. O objetivo do encontro é fortalecer a Campanha Salarial deste ano, alinhada com os interesses da base da categoria bancária, pois desde 2016 não há mais greves nacionais e as últimas campanhas trouxeram perdas significativas para categoria, além de não avançar em questões importantes como metas abusivas, saúde mental e assédio.
Na avaliação dos participantes, há uma conjuntura e organização do trabalho que desfavorecem os movimentos de trabalhadores, entretanto as direções majoritárias têm intensificado este processo ao optarem por um sindicalismo de conciliação ao invés do enfrentamento, que é a única forma de conseguir avanços. As direções têm apostado na desmobilização da categoria, acordos a cada 2 anos e negociações a portas fechadas, sem debate e participação efetiva das bases.
Neste sentido, a primeira parte da atividade discutiu formas para superar esse sindicalismo leniente, reverter a apatia nas bases e levar a categoria a uma forte mobilização e greve que garanta seus direitos e aumento salarial.
O debate sobre a necessidade da organização da greve da categoria se deu a partir das necessidades que se impõem diante de temas cotidianos, como os diversos retrocessos nos direitos, condições de trabalho e saúde, emprego e até mesmo a questão da conscientização de classe.
A proposta, votada por unanimidade, é transformar esse encontro num processo de organização permanente, que fortaleça as oposições bancárias em todo o país e o próprio trabalho dos sindicatos que fazem oposição ou não estão alinhados com a direção da Contraf-CUT.
Para a presidente Michele Venzo, “este encontro foi importante para reunir lideranças que estão descontentes em suas bases, mas que até então não encontravam força para mudar o jogo de cartas marcadas que se tornou a nossa campanha salarial.”
A diretora Cinara Assênsio avalia que "o encontro foi realmente animador, deu pra sentir uma verdadeira consciência da necessidade de união das oposições deixando de lado eventuais diferenças. Em muitos anos não via algo tão significativo nesse sentido."
O formato híbrido permitiu a participação virtual dos bancários que não puderam viajar até Brasília. Rosângela Calderaro participou à distância e pôde ter contato com a diversidade de problemas que a nossa categoria enfrenta nos diferentes bancos e regiões do país: “me senti verdadeiramente representada com as falas, a cada colega que discursava foi possível ter uma pequena noção do tamanho de nossa luta. É preciso lutar para não perdermos mais direitos e lutar para novas conquistas."
Propostas aprovadas
Foi deliberada uma série de propostas a serem construídas por todos em todo o país e também um calendário de mobilização para fortalecer a Campanha Salarial.
O calendário aponta o início da mobilização com um dia de cor preta em 06/8, atividades lúdicas no dia 13/8, e assembleias no dia 21, com proposta de estado de greve a partir do dia 22.
Os sindicatos vão discutir essas propostas em assembleia e buscar aprová-las em suas bases. As Oposições também defenderão o mesmo em suas bases e tentarão realizar algumas dessas atividades, cobrando que os respectivos sindicatos também realizem essas lutas. Dessa forma, pretende-se avançar na organização da categoria bancária e na construção de um sindicalismo autêntico - combativo e democrático.
Além das diretoras da ANACEF, estiveram presentes as diretorias dos sindicatos do Maranhão, Rio Grande do Norte e Bauru (SP); as oposições de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília (DF), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e Pará; Aeba (Associação dos Empregados do Banco da Amazônia); Fabiana Matheus (Conselheira da Funcef); as minorias de diretorias sindicais do Ceará e Amapá.
(Fotos: Sérgio Koei)
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